As eleições e a parábola de Jotão
“Foram, certa vez, as
árvores ungir para si um rei e disseram à oliveira: Reina sobre nós. Porém a
oliveira lhes respondeu: Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim
prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à figueira:
Vem tu e reina sobre nós. Porém a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha
doçura, o meu bom fruto e iria pairar sobre as árvores? Então, disseram as
árvores à videira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a videira lhes respondeu:
Deixaria eu o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as
árvores? Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós.
Respondeu o espinheiro às árvores: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e
refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que
consuma os cedros do Líbano” (Jz 9:8-15).
O Brasil está às vésperas de uma
eleição. O nosso sistema político é o democrático, isso significa que o
governante não nos é imposto goela a baixo como na ditadura, monarquia, ou
parlamentarismo. Sendo assim, o eleitor é coresponsável por tudo o que acontece
no cenário da política municipal, estadual e nacional, afinal, somos nós que
escolhemos aqueles que nos governarão. I – Quando os bons se omitem, os maus
assumem o poder. A parábola afirma que inúmeras árvores foram cogitadas para
reinar, sendo a oliveira, a figueira e a videira. Contudo, nenhuma delas quis
assumir essa responsabilidade. Diante disso, não havia outra saída senão
convidar o espinheiro para exercer tal função.
Essa parábola ilustra que a
presença de um mau governo se deve em função da omissão daqueles que poderiam
fazer um bom governo. O apóstolo Tiago registra em sua carta: “Portanto, aquele
que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4:17). Martin
Luther King Jr., pastor batista que lutou contra o racismo norte-americano,
bradou: “O que me impressiona não é o grito dos tiranos, mas o silêncio dos
justos”. O Brasil tem sido governado por espinheiros porque as oliveiras, as
figueiras e as videiras estão se omitindo. Eis o motivo pelo qual a nação
padece diante da gestão de pessoas inescrupulosas que estão interessadas unicamente
no benefício próprio. Ética e moral são conceitos desconhecidos pela maioria de
nossos parlamentares. Como bem disse Robinson Cavalcanti: “A maior crise que o
país está vivendo não é econômica ou social, mas uma crise moral”.
A Bíblia
está repleta de exemplos que reis e príncipes que conduziram a nação de Israel
à apostasia. Há uma máxima popular que é verdadeira: o povo é o reflexo de sua
liderança. Muitos cristãos estão à margem dos acontecimentos, alienados ao
processo eleitoral. A Igreja brasileira, que deveria ser uma voz profética para
bradar contra a impiedade de nossos governantes espinheiros, tem se prostituído
com esse sistema corrupto. Muitos púlpitos são transformados em verdadeiros
palanques eleitorais onde candidatos profanos sobem ao altar de Deus para
manipular um rebanho que se tornou massa de manobra. A igreja brasileira não
deve apenas orar, mas, sobretudo, ser uma Igreja consciente! Se há um dom que
carecemos na atualidade é o dom do discernimento.
Precisamos que homens e
mulheres vocacionados por Deus se levantem para lutar pelos valores e
princípios que a nação tem perdido. Nós podemos ser as árvores frondosas de que
o país precisa. Não podemos omitir-nos nem achar que todos os que exercem a
política são espinhos! Se os espinhos estão lá é porque certamente as árvores
frutíferas se furtaram do seu papel! II – Para servir é preciso sacrificar-se;
para ser servido é preciso sacrificar os outros. Eis o motivo pelo qual muitos
não querem servir nem se transformar em benção na vida dos outros. Perceba que
oliveira disse: “Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim prezam, e
iria pairar sobre as árvores?” (v. 9). Da mesma forma, a figueira se esquivou:
“Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria pairar sobre as árvores?”
(v. 11). Semelhantemente, a videira apresentou sua justificativa: “Deixaria eu
o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens e iria pairar sobre vós”(v. 13).
Como se pode observar, o serviço exige abnegação e sacrifício, qualidades que
nem todos estão dispostos a buscar. As pessoas não estão interessadas em sair
da sua zona de conforto para se envolver nos problemas dos outros. Então, houve
uma inversão abrupta da função pública, pois aqueles que deveriam se valer do
cargo para servir os outros, utilizam o posto e suas prerrogativas para
benefício próprio, em detrimento da opressão de seus súditos.
De acordo com a
parábola, o rei deveria pairar sobre as demais árvores, dando proteção e sombra
a elas. A função do rei seria servir as demais árvores. Contudo, ao ser
empossado rei, o espinheiro disse:“Vinde e refugiai-vos debaixo de minha
sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano”
(v. 15). Ou seja, aquele que deveria ser um instrumento de benção, torna-se uma
maldição. O espinheiro subjugou as demais árvores e passou a oprimi-las.
Essa
história é um retrato contemporâneo da política no Brasil. Basta ver e ouvir as
propostas na propaganda eleitoral para vislumbrar que aquilo que se propõe é
bem diferente da prática. Inclusive candidatos que se autodenominam evangélicos
são flagrados em escândalos que envergonham o Evangelho de Cristo. Sendo assim,
quero alertar você para duas atitudes que você deve assumir com relação às
eleições. Primeira Atitude: Ore! O apóstolo Paulo fez a
seguinte exortação ao seu filho na fé, Timóteo: “Antes de tudo, pois, exorto
que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em
favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham
investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda a
piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador.” (I
Tm 2:1-3). Segunda Atitude: Vote com consciência! Você conhece as propostas de
seus candidatos? Muitos cristãos estão votando em candidatos que defendem
abertamente a união homossexual, são favoráveis ao aborto, apóiam a lei da
homofobia e tantas outras leis que ferem diretamente a Palavra de Deus.
Como
servo de Deus, seu primeiro compromisso é com a Palavra de Deus. Portanto,
votar em candidatos que são instrumentos de satanás para implantar a
institucionalização da iniquidade é uma contradição. "Não havendo sábia
direção, cai o povo..." (Pv. 11:14). (Compilado)
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