"...o ato de avaliar não se encerra na configuração do valor ou qualidade atribuídos ao objeto em questão, exigindo uma tomada de posição favorável ou desfavorável ao objeto da avaliação, com uma consequente decisão de ação." (LUCKESI: 1998, p. 76)
Devido às dúvidas surgidas com relação à Proposta de Avaliação Formativa, esclarecemos:
É preciso que fique claro que a Avaliação Formativa é muito mais que uma planilha. Esta presta o papel de sistematizar e documentar as notas dos alunos, mas o acompanhamento das aprendizagens inclui outros procedimentos de análise e documentação que vão além da planilha. O Diário de bordo e os relatórios dos professores padrinhos de turma, por exemplo, mostram-se mais importantes, no que se refere a detectar as dificuldades dos alunos, como documentos que as UE's devem lançar mão para implementar uma avaliação devidamente formativa. Tendo isso em vista, deixamos a escolha da planilha (sistematização/documentação dos resultados obtidos) como opcional, visto que é um instrumento que NÃO influencia na concepção da avaliação formativa, tampouco no procedimento da UE e muito menos no resultado obtido pelo aluno. Dessa forma, cada SRE poderá auxiliar as UE's na escolha/elaboração de uma planilha que atenda melhor às necessidades de cada uma. E isso não quer dizer, de forma alguma, que a proposta não seja a mesma para toda a rede. A proposta é a mesma, porém a sistematização (planilha/diário) se diferencia. Aqui, o trabalho do tutor é estratégico! Orientar, sugerir e acompanhar, junto as UEs se a proposta de avaliação formativa está contemplada no instrumento de sistematização (planilha). Contempla vários instrumentos? Contempla um leque de aptidões dos alunos ou é somente provas, testes ou equivalentes?
Quando aconselhamos que não se use pesos, o fazemos para que não de privilegie um instrumento a outro, mas a UE tem autonomia de definir a respeito disso, pois, repetindo, a planilha de sistematização não interfere na concepção do que é a avaliação formativa.
Um exemplo prático:
Notas do aluno Raph Gomes na disciplina de matemática no 3º bimestre:
Instrumento 1 (prova): 3,0 (escala de 0 à 10,0);
Instrumento 2 (atividades em dupla): 6,0 (escala de 0 à 10,0);
Instrumento 3 (Trabalho: o uso de juros e porcentagem no cotidiano): 8,0 (escala de 0 à 10,0);
Instrumento 4 (resolução de exercícios em sala): 7,0 (escala de 0 à 10,0).
Situação A: (utilizar pesos)
Instrumento 1: peso 6 (Quanto maior o peso, maior será a influência desta nota sobre a média ponderada. Cuidado!!!).
Instrumento 2: peso 1
Instrumento 3: peso 1
Instrumento 4: peso 2
Média: nota 1 x peso + nota 2 x peso + nota3 x peso + nota 4 x peso
peso do 1 + peso do 2 + peso do 3 + peso do 4
Média: 3 x 6 + 6 x 1 + 8 x 1 + 7 x 2
6 + 1 + 1 + 2
Média : 18 + 6 + 8 + 14
10
Média: 46 = 4,6
10
Neste caso, percebe-se que a nota no instrumento 1 (prova) foi decisiva em determinar que a média do aluno estivesse em um valor mais próximo da nota da prova. O problema de se trabalhar com pesos é exatamente este: corre-se o risco da escola supervalorizar um instrumento em detrimento de outro. Este fato foi entendido pela maioria da rede, uma vez que foi sugerido a não utilização dos pesos na planilha. Outro ponto bastante interessante é que o aluno tirou uma nota insatisfatória em apenas um instrumento (prova), porém sua média foi insuficiente. Motivo: houve o privilégio do instrumento prova em detrimento do outro. Isto não quer dizer que a prova não seja um instrumento válido, mas que devemos privilegiar a diversidade de instrumentos avaliativos.
SITUAÇÃO B:
Veja como ficaria a média do aluno Raph Gomes caso a escola decidisse por não utilizar os pesos. Neste caso, segue-se a média aritmética:
Média: 3,0 + 6,0 + 8,0 + 7,0
4
Média: 24 = 6,0
4
Note que neste caso, em que não houve o privilégio de um instrumento em detrimento de outro (não se utilizou os pesos), tornou-se viável a possibilidade e respeito a diversidade de formas de aprender do aluno.
Enfim, para não cometermos equívocos que iriam causar insucesso do aluno, decidimos, junto com a maioria da rede, sugerir que não é aconselhável trabalhar com pesos.
- Os tutores devem orientar as UE's a documentarem os resultados e as intervenções implementadas, mas os documentos elegidos não precisam ser uniformizados. Eles precisam ser coerentes à abordagem trabalhada. O que será uniformizado é a proposta da rede. Já a sua sistematização é passível de alterações. Lembrando: temos que garantir o direito do aluno de ser atendido em suas dificuldades (recuperação contínua com alteração da nota).
- Também queremos clarificar que quando encaminhamos a versão preliminar, não a fizemos para que houvesse convencimento, mas debate e considerações, de modo que cada UE e cada SRE pudessem sugerir a proposta que melhor atendesse às necessidades de aprendizagem de seus alunos.
- Ainda com relação ao ponto elencado acima, devemos ter a noção de que a Proposta de Avaliação Formativa não é de subsecretaria A ou B, mas de TODA a rede. Por isso, o documento que vocês tem em mãos é a consolidação das sugestões decorrentes de toda a rede. Inclusive, podemos afirmar que raras foram as propostas discordantes, percebemos que a rede estava em consenso com relação à necessidade de implementação da Avaliação Formativa. Desse modo, devemos todos acatar e utilizar a proposta construída coletivamente. Reiteramos que esse procedimento será recorrente na construção das propostas de trabalho.
- Encaminho, em anexo, o documento com nova formatação (Havia problemas de formatação no documento de 26/09/2011.
- Ressaltamos que a data de aplicação da 3ª Avaliação Diagnóstica deverá se dar no dia 06/09/2011. Buscar o material com a Beth (exames supletivos) a partir de quarta-feira (31/08). Orientar o responsável por buscar este material que confira os pacotes.
Atenciosamente,
Raph Gomes
Núcleo de Orientação Pedagógica